Ao saber da morte de Chorão, amigos e colegas do universo musical lembraram de seus últimos contatos com ele, sempre destacando sua personalidade explosiva e obstinada. Champignon, baixista da banda Charlie Brown Jr., disse que, apesar das desavenças, ele e Chorão eram amigos. "A gente tinha uma relação profissional. Apesar das muitas brigas, éramos amigos há mais de 20 anos", falou.
"Chorão era um cara diferenciado. Era jovem por dentro, tinha essa rebeldia que o cara novo gosta", destacou o produtor Rick Bonadio, que lançou o álbum de estreia do Charlie Brown Jr. em 1997 e tinha voltado a falar com o músico recentemente para mostrar novas faixas.
O jornalista José Julio Espírito Santo, que trabalhava na gravadora Virgin na época do primeiro disco, lembrou que, apesar de ser "uma pessoa muito amável em certos momentos", o músico parecia sofrer de "um transtorno bipolar sério, e que talvez nunca tenha tratado". "Ele tinha uma relação de amor e ódio com Rick Bonadio e o resto da Virgin. Eu, por algum motivo, era excluído disso e ele sempre se fechava na minha sala para pedir conselhos ou só bater papo e ouvir uns discos."
Johnny Araújo, que dirigiu "O Magnata" e diversos clipes da banda, resumiu: "Ele tinha uma atitude rock'n'roll. Era polêmico por ser verdadeiro, amava música e sabia o que queria. Era preciso ter sensibilidade para entender o jeito dele".